A pele, principal barreira do organismo, é um órgão dos sentidos (térmico, doloroso e tátil) e sintetiza vitamina D na presença de raios solares. Ela impede a perda excessiva de líquidos, protege contra ação de agentes externos, mantém a temperatura corpórea e nela encontramos a flora bacteriana, que está sobre o tecido e devido à exposição ao meio ambiente é muito variável, podendo fixar-se ou não ao epitélio.
Denomina-se ferida como sendo a ruptura da integridade de um tecido, que pode apresentar diferentes profundidades, podendo atingir as subcamadas da pele e o tecido muscular. Podem-se dividir as feridas em traumáticas, cirúrgicas e ulcerativas e ainda classificá-las como: limpas ou assépticas e contaminadas ou sépticas.
Durante séculos, o tratamento de feridas variou com o objetivo de alcançar melhores resultados cicatricial em menor tempo possível. Na pré-história, vários agentes como extratos de plantas, água, neve, gelo, frutas e lama eram aplicados sobre as feridas. A evolução da ferida é um processo complexo e dinâmico que depende de avaliações sistematizadas, tanto para o tipo de cobertura (curativo) como para frequência da troca. Essa evolução também está diretamente relacionada com os fatores intrínsecos ao paciente, por exemplo, alterações do fluxo vascular periférico, hipertensão venosa; alterações metabólicas sistêmicas, defeitos neurogênicos, lesões tumorais malignos, e também com os fatores extrínsecos como o fator sócio econômico, uso e desuso do membro afetado, repouso, crença e religião.
A definição de uma conduta terapêutica sofre influência direta da “história da ferida”, ou seja, a causa, o tempo de existência, a presença ou não de infecção. Além disso, devem ser avaliados dor, edema, extensão e profundidade da lesão, as características do leito da ferida, características da pele ao redor e exsudato (fluido inflamatório). A avaliação da ferida deve ser periódica e é de fundamental importância acompanhar a evolução do processo cicatricial e a cobertura utilizada de curativo.
Entre os produtos disponíveis para o tratamento de lesões, viabiliza-se o uso de hidrogel, um gel formado por componentes hidrofílicos compostos de água (78 a 96%). Estes reduzem significativamente a dor, dando uma sensação refrescante, devido a sua elevada umidade que evita a desidratação das terminações nervosas. Esse ambiente ajuda na autólise, ou seja, amolece e hidrata tecidos desvitalizados, facilitando sua remoção. Em feridas livres de tecidos desvitalizados, propicia o meio ideal para a reparação tecidual. Devido à reduzida capacidade de absorção, é contra indicado em feridas exsudativas. No entanto, existem alguns produtos que associam o hidrogel ao alginato de cálcio, ampliando seu uso para feridas com moderado exsudato.
A OCS Distribuidora disponibiliza no mercado um hidrogel completo, o SAF-GEL®, composto de alginato de cálcio e sódio e carboximetilcelulose sódica, num excipiente aquoso, transparente e viscoso. Ao mesmo tempo em que apresenta a capacidade de hidratar feridas secas, apresenta capacidade de absorver exsudato e realizar debridamento autolítico (processo que utiliza os próprios leucócitos e enzimas para a degradação do tecido necrótico), apresentado em tubo contendo 85g. É um gel não estéril, hidratante e absorvente para feridas. Indicado em casos de úlceras por pressão e úlceras de perna de estase venosa, queimaduras de 1° e 2° grau, cortes, abrasões e lacerações.
Vale ressaltar que além do uso de produtos apropriados, medidas de suporte devem ser tomadas, como mudança de posição e suporte nutricional no tratamento de úlceras por pressão. No tratamento de úlceras de perna em pacientes com insuficiência vascular (arterial ou venosa), a falta de repouso adequado pode agravar o edema local ou retardar a cicatrização. E para reduzir a possibilidade de contaminação cruzada recomenda-se que esses produtos tenham seu uso restrito por paciente.
REFERÊNCIAS:
- Blanes, L. Tratamento de feridas. Baptista-Silva JCC, editor. Cirurgia vascular: guia ilustrado. São Paulo: 2004. Disponível em: URL: <http://www.bapbaptista.com>
- Oda, R. M. Manual de Normas, Rotinas e Técnicas de curativos. Centro de Estudos “Dr. Reynaldo Quagliato” Bauru-SP: 2004.